A DISTÂNCIA QUE CRESCE JUNTO


 

Você disse:
O ChatGPT di

Um filho nasce pequeno e inteiro em nossas mãos.
Cabe no colo, no tempo, no coração. Somos presença constante: olhar atento, cuidado excessivo, amor que se oferece mesmo quando falta quase tudo. Fazemos o possível — e muitas vezes o impossível — para que se sintam seguros, acolhidos, amados.

Mas o tempo passa.
E passa rápido.

Eles crescem. E, com o crescimento, algo que ninguém avisa também cresce: a distância entre mãe e filho.

Não é uma ruptura brusca. É sutil.
Um dia o colo já não é procurado.
No outro, o abraço vem apressado.
Depois, as palavras diminuem.

O coração materno sente. Sempre sente.
Existe uma diferença gritante entre o mundo deles e o nosso. E dói perceber que essa distância parece ter endereço certo: a mãe.

Curioso — e doloroso — é observar que essa reserva não se repete com todos. Com os companheiros, os amigos, os amores, o afeto transborda. Os gestos são generosos, as palavras doces, a presença inteira. E a mãe assiste de longe, tentando não sentir inveja do amor que ajudou a formar.

A distância aumenta.
E, com ela, cresce também a introspecção materna. Um silêncio cheio de perguntas, de lembranças, de amor guardado. Porque mãe não deixa de amar — apenas aprende a amar em silêncio.

Mas sentimentos reprimidos adoecem.
Por isso, a mãe precisa encontrar um jeito de libertar o que sente: escrevendo, rezando, caminhando, chorando em segredo. Transformando dor em compreensão, saudade em maturidade, ausência em aceitação.

Talvez seja esse o maior aprendizado.
Estamos neste mundo para evoluir nos sentimentos. Para compreender que amar também é permitir a distância. Que criar um filho é, paradoxalmente, preparar-se para perdê-lo um pouco a cada dia.

E ainda assim, permanecer.
Inteira.
Disponível.
Amando.

Porque no fim, quando tudo silencia, o amor materno não diminui — ele apenas muda de forma.

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