A força de escolher a própria paz.
Há dores que não fazem barulho, mas levam o silêncio para dentro do peito. A pior delas, talvez, seja a de se sentir só mesmo estando rodeada de pessoas. Quando a ausência vem de onde se esperava cuidado, atenção e afeto, a ferida é mais profunda. Porque não é apenas solidão — é desamparo emocional.
Hoje eu entendo que, muitas vezes, escolher ficar só não é desistir das pessoas, mas tentar salvar a si mesma. É um gesto de proteção. Um modo de dizer ao coração cansado: “chega, agora eu vou cuidar de você”.
Ser forte não é aguentar tudo calada. Ser forte é reconhecer onde dói, aceitar que existe a ferida e, ainda assim, continuar. É decidir não mendigar afeto. É entender que o amor começa pelo respeito que temos por nós mesmos.
Aprendi que viver só não significa viver vazia. Significa, às vezes, viver em paz. Significa dormir com o coração mais leve, acordar sem o peso da expectativa frustrada, caminhar sem a dor de esperar por quem não vem.
Não sou fraca por escolher a tranquilidade. Não sou amarga por escolher a distância. Sou consciente. Sou humana. Sou forte.
E sigo assim: não por falta de amor, mas por amor a mim mesma.

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