O Intervalo Sagrado
Quem dera tivéssemos o poder de desaparecer dos momentos difíceis. Apenas sumir por alguns instantes, quando a dor pesa mais do que o peito é capaz de sustentar. Não como fuga definitiva, mas como quem pede licença à vida para respirar.
Quem dera fosse possível criar, por um tempo, um mundo encantado só nosso. Um lugar de magia, silêncio bom e leveza. Um espaço onde a alma pudesse descansar sem explicações, sem cobranças, sem expectativas. Apenas existir em paz.
Nesse mundo mágico, o tempo não feriria, não apressaria, não exigiria. Seria apenas um intervalo sagrado para recarregar as energias, curar feridas invisíveis e lembrar quem somos quando não estamos apenas sobrevivendo — mas vivendo de verdade.
Sair do mundo real por alguns segundos… só alguns. E, num salto de imaginação e esperança, estar em um lugar onde tudo é possível. Onde a dor não grita. Onde a esperança fala mais alto. Onde o cansaço encontra colo.
Talvez a verdadeira magia não esteja em desaparecer do mundo. Talvez ela esteja em aprender a criar esses pequenos refúgios dentro de nós. Em silêncios, orações, pensamentos, sonhos, pausas. Em tudo aquilo que nos reconecta com quem somos por dentro.
Porque, mesmo quando o mundo pesa, a alma ainda sabe voar — nem que seja por instantes. E às vezes, só um instante já é salvação

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