O TEMPO DOS VÍNCULOS.
Sobre aquilo que nos une quando tudo parece urgente
Há um tempo que não se mede em relógios.
Ele não corre, não atrasa, não se perde.
É o tempo dos vínculos.
Enquanto o mundo acelera ruas cheias, agendas lotadas, afetos apressados existe um outro ritmo acontecendo em silêncio. É nele que os encontros ganham sentido, que os abraços deixam de ser gesto e passam a ser linguagem, que a presença vale mais do que qualquer promessa.
No Natal, esse tempo se revela com mais clareza. Buscamos o coletivo não por tradição, mas por necessidade humana. Queremos estar juntos, partilhar a mesa, reconhecer no outro um pedaço de nós. Cada combinação feita, cada encontro marcado, é menos sobre o dia e mais sobre o vínculo que insiste em existir.
Há presentes, sim. Mas o que realmente se troca são afetos. Um carinho demorado, um olhar atento, a escuta que acolhe. São essas pequenas permanências que sustentam relações verdadeiras aquelas que resistem ao calendário e às mudanças do ano.
Talvez o maior aprendizado seja entender que vínculo não é urgência.
É construção.
É escolha diária.
É tempo dedicado.
E quando respeitamos esse tempo, algo em nós se aquieta. Porque percebemos que, apesar de tudo, ainda sabemos estar juntos. E isso, por si só, já é um presente.

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